Blog Pragmatismos

Nas primeiras linhas de “Genealogia da Moral”, Nietzsche anuncia a profundidade do desconhecimento do ser humano acerca de sua humanidade e de sua condição enquanto Humano 1.  As notas do subsolo, extremamente curtas se comparadas com outras obras reconhecidamente extensas do romancista russo, não deixam a desejar em profundidade literária em momento algum por seu número de páginas. O diálogo constante com o psicológico, a loucura e o absurdo são elucidados ao final do livro com a expressão “vida vivida”. A vida vivida não é

Comentário ao artigo de Julie Stone Peters, intitulado Law, literature and the vanishing real: on the future of an interdisciplinary illusion, de 2005. O artigo completo, contendo esse comentário, será publicado no livro do I Seminário Internacional Trabalho das Linhas: Estética, Política, Direito (no prelo), que está sendo co-organizado com o Laboratório Moitará. Crédito da imagem: René Magritte, La Reproduction Interdite, 1937. Direito e Literatura: uma ilusão? O artigo de Julie Peters Law, literature and the vanishing real: on the future of an interdisciplinary illusion (2005)

Tradução da entrevista concedida pelo filósofo Achille Mbembe ao canal France Culture sobre o seu novo livro Brutalisme (La Découverte, 2020), realizada no dia 25 de janeiro de 2020. Pela proximidade entre o que Mbembe denomina de brutalismo e o contexto brasileiro, escolhemos, para ilustrar esta publicação, uma imagem das demolições realizadas na comunidade Vila Autódromo, removida quase completamente sob o pretexto da construção do Parque Olímpico, no Rio de Janeiro. Introdução Brutalismo. A palavra refere-se, espontaneamente, a um movimento arquitetônico famoso pelo uso eficiente

Texto originalmente publicado aqui em 20/12/2017. Uma versão em português se encontra mais abaixo, feita por Milton Barboza. It is widely recognized as a truth about the scientific activity that, once the researcher begins to study a topic, he begins to see his object of study everywhere. If this actually happens to you, fellow researcher, this is a sign that you are following the right path. If it doesn`t happen to you, well… Find another object. My object of study is the eternal debate community

Podemos dizer, sem dúvida alguma, que as obras Por Marx e Ler O capital[i], publicadas em 1965, foram as mais impactantes do filósofo franco-argelino Louis Althusser. Nelas encontramos grande parte de seu projeto filosófico, que consistia em conferir um status cientifico ao trabalho desenvolvido por Marx a partir de 1857, mais especificamente, em sua obra de maturidade, O capital. Nesses dois textos Althusser utiliza o conceito de “corte epistemológico” para desenvolver a ideia de que o trabalho de Marx sofreu uma mudança repentina, ao passar

“ A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso, a palavra foi feita para dizer.”                                                                                                               Graciliano Ramos “[…] Vou escrevendo meus versos sem querer, como se escrever não fosse uma cousa feita de gestos, como se escrever fosse uma coisa que me acontecesse, como dar-me o sol de fora. Procuro dizer o que sinto sem pensar em que sinto. Procuro encostar as palavras à ideia e não precisar dum corredor do pensamento para as palavras. Nem sempre consigo sentir o que

Fannie Lou Harmer foi uma importante ativista pelos direitos civis dos negros americanos. Sua Freedom Farms tornou-se um modelo cooperativo projetado para oferecer justiça econômica aos agricultores negros mais pobres do sul da América. Além da atividade política, Harmer também atuava na comunidade religiosa, onde muitos ativistas encontravam amparo também para suas reivindicações políticas. A potência de sua voz nos encontros religiosos ou nas caminhadas pelos direitos civis foi uma de suas importantes contribuições aos seus companheiros e aqueles que vieram depois. Divulgamos aqui o álbum

Notas para uma nova relação filosófica entre o material e imaterial Para os povos não-ocidentais a relação com a natureza não é exatamente uma relação. Os corpos humanos são tão parte do (que a cultura ocidental convencionou chamar de) meio ambiente quanto a água dos rios, o vento, as árvores e os animais irracionais. Assim, o planeta é tido como uma imensa casa coletiva, onde cada ser animado, inanimado, material ou etéreo tem funções bem definidas e interdependentes. Mesmo com o advento do sistema exploratório

Robert Richardson, premiado biógrafo de pensadores como Ralph Waldo Emerson, Henry David Thoreau e William James, faleceu no dia 16 de junho deste ano (2020). Através da tradução do prólogo do livro William James: In the Maelstrom of American Modernism (2006), prestamos a nossa homenagem e indicamos os seus livros para os leitores deste site. Para acessar a versão original do texto, publicada no Blackbird Archive, consultar aqui. Prólogo do livro William James: In the Maelstrom of American Modernism (2006), por Robert Richardson Ele já

Vamos encarar. Somos desfeitos uns pelos outros. E se não o somos, falta algo em nós. Judith Butler É notório que, durante a pandemia causada pelo novo coronavírus, os casos de violência de gênero aumentaram significativamente. Com o afrouxamento dos laços sociais externos ao ambiente familiar e a crise econômica decorrente do isolamento, ficou evidente que o marcador de gênero opera como verdadeira ordem classificatória de precarizações. Nesse sentido, poderíamos fazer referência ao aumento dos casos de violência física contra mulheres, bem como ao número

40/45