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Por: Helena Marques O filósofo Michael Foucault, em meio de tantas obras, escreveu dois textos que conversam entre si: Capítulo V- O Direito da Morte e o Poder sobre a Vida, da História da Sexualidade e o Capítulo II – Recursos para o Bom Adestramento do livro Vigiar e Punir. No capítulo II de Vigiar e Punir, Foucault afirma, ao citar Walhausen, que o bom adestramento tem como arte a correta disciplina e, a partir dessa arte, analisa os instrumentos com que ela é imposta

Por: Deniz Pastor 1. INTRODUÇÃO A presente resenha é sobre o texto “A violação do direito à saúde para mulheres encarceradas”, fruto da monografia de conclusão de curso da agora bacharel em Direito, Giulia da Silva Soares. O foco da resenha é o capítulo 4 do texto, que fala especificamente sobre a ausência de atendimento médico especializado para mulheres encarceradas, bem como as origens e desdobramentos das prisões brasileiras e a escassez de cuidados médicos no interior das prisões femininas. A autora também aborda a

No último semestre, no âmbito da disciplina Tópicos de Filosofia: A atualidade de Michel Foucault (1926-1984), ministrada pelo professor Alexandre Mendes na Faculdade de Direito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ, alunos da graduação e pós-graduação tiveram a oportunidade de debater temas e conceitos essenciais da obra do filósofo francês, tais como: poder, práticas punitivas, ilegalismos, disciplina, sexualidade, biopoder, entre outros. A partir desses temas, foram apresentados seminários, questionários, resenhas e ainda a elaboração de um verbete dos principais conceitos e

Reunimos neste post as três resenhas escritas por Bruno Cava sobre o livro Vertigens de Junho: os levantes de 2013 e a insistência de uma nova percepção (Autografia, 2018), publicadas na revista Estado da Arte, do jornal Estadão. O livro foi lançado em 2018 reunindo textos escritos desde o início do levante de Junho. Além de resgatar esse conjunto de intervenções, realizadas no calor do momento, a obra também busca uma compreensão das linhas de possibilidade deixadas pelo acontecimento na atualidade, recusando a “morte teórica”

Partindo dos percursos de uma antropologia social quanto a categoria quilombo urbano, agenciada de múltiplas formas no contexto dos movimentos sociais ligados a comunidades tradicionais e à pauta racial, esse ensaio tem como objetivo desenvolver um breve levantamento dos princípios filosóficos do método pragmatista desenvolvido por William James – suas consequências no campo epistemológico e no campo de uma ética. A partir dos avanços desses movimentos, pensamos como esses agenciamentos permitem iluminar novas perspectivas de ação e desafios associados a estruturas, categorias e posturas pluralistas

Luiz Fernando Fontoura Lira Hoje, dia 22 de outubro de 2020, completam 30 anos do falecimento do filósofo franco-argelino Louis Althusser (1918-1990). Para não deixar passar em branco esta data, decidi escrever um pequeno texto tratando da contribuição de Althusser para a filosofia no campo marxista. Dentro e fora do marxismo, as obras de Louis Althusser (1918-1990) publicadas durante os anos de 1960 e 1970 foram vistas como uma intervenção teórica bastante provocativa e cercada de polêmicas. O rigor conceitual de seus textos e sua

Tradução da nota biográfica do autor Edgar Allan Poe em celebração aos cento e setenta e um anos de seu falecimento. A nota, publicada no sítio eletrônico American Literature, vem acompanhada de uma introdução minha, na qual falo da presença fantasmagórica do autor americano em diversos momentos especiais de minha vida. Eu conheci Edgar Allan Poe quando tinha mais ou menos 10 anos. Foi um “mole” que os meus pais deram, com grandes consequências para toda a minha vida. A leitura de seus textos reforçou

Tradução parcial da aula em que o antropólogo Philippe Descola comenta o livro Terra Sem Mal: o profetismo tupi-guarani (1978), de Helène Clastres, propondo uma nova leitura sobre as grandes migrações tupis-guaranis. A aula foi ministrada no anfiteatro do Collège de France, no dia 16 de março de 2016, fazendo parte do curso Les usages de la terre. Cosmopolitiques de la territorialité (2015-2016), disponível aqui. Resumo do curso, pelo autor, disponível aqui. (…) Vamos examinar agora um caso de desterritorialização. A América do Sul, de

Renan Porto foi aluno do mestrado em Teoria e Filosofia do Direito do PPGD/UERJ entre 2016 e 2017, finalizando o curso com uma brilhante dissertação intitulada Políticas de Riobaldo: a justiça jagunça e suas máquinas de guerra. A sua reflexão sobre o escritor Guimarães Rosa, permeada por seu engajamento no direito, na literatura e na poesia, fez parte da motivação inicial para a criação do grupo Direito, Pragmatismos e Filosofia, em 2019. Com a certeza de que Renan Porto continuará o seu criativo e relevante

“A ficção científica costuma ser descrita, até mesmo definida, como extrapolação. Espera-se que o escritor de ficção científica tome uma tendência ou fenômeno do presente, purifique-o e intensifique-o para efeito dramático e estenda-o ao futuro.”[1] É assim que Ursula K. Le Guin começa a introdução do livro A mão Esquerda da Escuridão, um clássico da ficção científica, que, em linhas gerais, se propõe a pensar o contato político entre humanos e uma sociedade não organizada de acordo com o gênero. Nos termos da citação inicial,

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